Expocine discute relevância dos grandes formatos em cinema

O primeiro dia do congresso promovido pela Expocine 2015 teve uma manhã reunindo os executivos das principais empresas de equipamentos e redes de cinema nacionais para discutir como os grandes formatos colaboram na atração de público ao cinema, os resultados financeiros, perspectivas da indústria de produção de filmes e o mercado nacional de cinema.

Resumo dos principais pontos discutidos no dia 17/11  – Painéis do congresso patrocinados pela IMAX

Larry O’Reilly – presidente comercial da IMAX:

– Saudou o surgimento da Expocine e a reunião de representantes de empresas empenhados em mostrar filmes onde os cineastas desejam: na sala de cinema.

– IMAX: 1.000 locações (dados de outubro/15); 300 salas ainda vão abrir no futuro próximo; presente em 70 países.

– Avalia o Brasil e a América Latina como mercados com oportunidade para crescimento.

PAINEL 1 – PAPEL DOS FORMATOS ESPECIAIS EM LANÇAMENTOS

Larry O’Reilly – moderador

Panelistas:

Cesar Silva – vice-presidente da Paramount Brasil

Luiz Henrique Calil – diretor comercial da Cinesystem

Luiz Gonzaga de Luca – presidente da Cinépolis Brasil

 

Larry

– As exibições em IMAX já arrecadam de 10 a 15% das bilheterias, mesmo ocupando apenas 1 a 3 % das telas.

 

Cesar

– Salas premium: 2,5 a 3% de bilheterias, com apenas 1% salas

– Causa impacto no primeiro fim de semana de exibição

– Nota-se uma preferência do público pelo PLF (Premium Large Format)

 

Calil

– Salas IMAX: impacto na bilheteria, não apenas pelo valor dos ingressos, mas também porque são uma referência para os complexos de salas

 

Gonzaga de Luca

– Depende muito do poder aquisitivo

– Grande surpresa: a aceitação das salas VIP

 

Cesar

– Trabalho forte não apenas com salas VIPS, mas com salas normais também porque as campanhas são feitas para levar multidões aos cinemas.

 

Calil

– Temos que ensinar os clientes os benefícios dessa tecnologia

– Acredita que os special formats têm espaço para crescer no Brasil

 

Gonzaga de Luca

– Guerra de preços em locais de competitividade muito alta, quando um exibidor entra em mercado já dominado por outras redes

– Citou que o impacto da crise econômica apontada neste ano foi muito pequeno para os negócios de exibição

 

Cesar

– Realizando um trabalho de formação de público; em algumas regiões há anos não tem cinema, o que causa perda de hábito de ir ao cinema

– O Brasil tem atualmente uma sala para cada grupo de 75 mil habitantes

 

Gonzaga de Luca

– Exemplo do complexo no Largo 13 da empresa Cinépolis (São Paulo)

– Teve que realizar um trabalho local de marketing (com filipetas, carro com alto falante), dois anos de trabalho intenso de formação de público

– Público com medo, achando que os ingressos seriam mais caros

 

Larry

– Exemplo da China – em cidades de terceiro escalão (isto é, abaixo de capitais e grandes centros) não há competição no mercado de entretenimento

 

Cesar

– Estratégia de lançamento para Star Trek – Além da Escuridão: pré-estreia em premium format, montou o boca-a-boca e triplicou os números em relação ao anterior

 

Calil

– Para ele, PLF é sala “lançadora” pois fideliza o cliente

– PLF lança melhor e quando vai para a segunda semana de exibição, a queda é menor

 

Luca

– Também vê como sala “lançadora”

– Os custos de construção são altíssimos, IMAX e 4DX são exceções em se tratando de permanência para segunda ou mais semanas de exibição

 

Cesar

– PLFs têm fãs, um público qualificado e formador de opinião

 

2º PAINEL – Crescimento de bilheteria na América Latina: influência na produção, distribuição e exibição

Larry moderou novamente

Panelistas:

Bettina Boklis, diretora de marketing do Cinemark

Ricardo Cortes, vice-presidente de distribuição e marketing para América Latina da Paramount

Érico Borgo, diretor de conteúdo do Omelete e CCXP

 

Bettina

– Filmes com menção ao Brasil ajudam a potencializar o apelo ao público local

 

Érico

– Receia que comédias possam estar canibalizando o público e pergunta-se porque não há o desenvolvimento de outros gêneros, como o terror, por exemplo, que também tem baixo custo de produção

– Para o público jovem, a experiência com mídia social vem suprindo necessidades, sem contato físico social, diferente de gerações mais velhas

 

Ricardo

– Lembrou que as comédias são produtos testados e que oferecem segurança para exibidoras e produtoras

– A indústria precisa ouvir mais pesquisas de opinião, fazer social listening

 

Bettina

– Em relação à falta de outros gêneros, citou o medo de arriscar, especialmente por conta das dificuldades da economia

– Adiantou que a próxima estratégia do Cinemark será de tentar conversar com o público mais jovem

– Cinemark possui várias iniciativas para tentar formar público, como o Projeta Brasil

 

Ricardo

– Paramount tem realizado parcerias com distribuidoras nacionais, como a Downtown

Share de comédias no Brasil, dos últimos cinco anos, é de 15%, maior da América Latina, que tem média de 10%. Na Argentina, as comédias têm 12% do mercado.

– Os filmes menores, em custos e em investimentos de produção – internacionais e nacionais – precisam de um planejamento a médio e longo prazo

 

Larry

– Lembrou do preço de construção e do aluguel dos locais e dos equipamentos, que são altíssimos. Enquanto isso, o custo de produção diminuiu e apareceram novos canais de distribuição (streaming, youtube)

 

PAINEL 3 – “Premium Large Format e o Futuro”

Gabriel Giandinoto Diretor de Desenvolvimento e Negócios da Ultracine – Moderador

Panelistas

Larry O’Reilly

Greg Rodehau, vice-presidente para Américas da Dolby

Tim Molony, diretor de estratégia e entretenimento da Barco

George Scheckel, diretor de desenvolvimento de negócios da Christie

 

Larry

– O foco da empresa está no campo de visão, além das grandes telas, outras um pouco menores mas imersivas, com pouco público

 

Tim

– O importante é ter a melhor apresentação e o melhor áudio

 

Greg

– 15 telas no Brasil com o sistema de som Dolby Atmos

 

Larry

– Em 2002, a IMAX desenvolveu um processo de conversão de filmes com janela normal para o formato IMAX (primeiro filme foi Apollo 13; George Lucas pediu para converter Star Wars 2 para o formato)

– Quanto maior o filme (em termos de expectativa), maior a ida de público ao IMAX

 

George

– É imperativo pensar o mercado a longo prazo e em como manter o cinema e as empresas relevantes

 

Larry

– IMAX investiu 60 milhões em P&D para criar a tecnologia laser, com mais cor, luz, nitidez e 12 canais de áudio. Porém, por conta do custo, ainda só compensa sua utilização em grandes centros

 

Greg

– Nova tecnologia: Dolby cinema. O primeiro filme a utilizar foi Tomorrowland, em 2015. Esse sistema consegue remasterizar filmes de catálogo (isto é, filmes antigos), oferecendo mais luz e som Dolby Atmos.

 

Tim

– O maior problema para essas novidades tecnológicas é a alta relação custo-benefício

 

Larry

– A IMAX tenta garantir um retorno de investimento anual de 30%

– Às vezes, o valor dos ingressos de IMAX não garantem sozinho o retorno, mas o aumento do público nas salas normais do mesmo complexo, causado pelo chamariz que é uma sala IMAX, acabam compensando

– Existe uma competição com outros meios de se assistir o cinema em casa. por conta disso, estamos trabalhando com cineastas de ponta para oferecer uma experiência única ao público